TL;DR: Neste material, temos como objetivo explicar os detalhes sobre como funciona o seguro rural, visto que as condições climáticas brasileiras estão passando por mudanças extremas, além de trazer os destaques da nossa entrevista exclusiva com o Diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola.
Você vai conferir neste artigo especial sobre seguro rural:
– Clima atual no Brasil e suas adversidades;
– O que é o seguro rural;
– Entrevista exclusiva com o Diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola;
– A desburocratização da Cédula de Produto Rural.
Boa leitura!
Clima atual no Brasil e suas adversidades
Com terras férteis a se perder de vista e um clima tropical que cativa olhares de outros países, não é difícil entender porque o Brasil caminha para se tornar um dos principais players do agronegócio a nível mundial. No entanto, mesmo com diversos fatores favoráveis e o apoio de tecnologia aplicada à cultura no campo, podem acontecer adversidades pelo caminho que fogem do controle do produtor rural.
Recentemente, todo o país foi pego de surpresa por mudanças climáticas severas e um tanto quanto intrigantes. Isso porque em localidades onde o frio era raro, a temperatura chegou a números negativos. Enquanto isso, em outras regiões marcadas pela umidade, a falta de chuva prejudicou boa parte do planejamento agrícola.
Como principal justificativa para esse comportamento inesperado do clima está o Aquecimento Global. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a temperatura do planeta poderá subir de 1,5°C a 2°C ainda neste século. Dessa forma, não apenas o Brasil, mas muitos outros países serão impactados por circunstâncias críticas, tais como ondas de calor intenso, secas extremas e até mesmo ciclones tropicais.
Considerando que a estabilidade climática é fundamental para o desenvolvimento do agronegócio, o clima que se instaura é de insegurança por parte do produtor rural, visto que essas condições adversas prejudicam todo o ciclo produtivo da lavoura e podem culminar em perdas graves.
O que é o seguro rural
Atualmente, o agronegócio é um setor que está cercado por riscos. Visto que está imerso em um cenário de incertezas no qual as condições climáticas e os preços de insumos agrícolas são imprevisíveis.
Contudo, os problemas não param na lavoura afetada. Na verdade, o que acontece é uma reação em cadeia. Se o produtor rural não seguir com suas atividades, o potencial competitivo do agronegócio brasileiro é barrado. Consequentemente, o PIB nacional também é prejudicado. Portanto, é fundamental que a disseminação do seguro rural tenha suporte do governo.
O seguro rural funciona como uma ponte para a segurança financeira do produtor rural, além de minimizar os prejuízos do capital investido mesmo diante de tantas adversidades. Esse tipo de seguro pode, inclusive, reduzir o número de produtores inadimplentes junto às instituições financeiras que oferecem o crédito rural. Isso porque é por meio dele que é possível liquidar débitos existentes caso a lavoura tenha sido perdida.
Vale destacar que para contratar um seguro rural é necessário que o agricultor encontre uma seguradora autorizada pelo Ministério da Agricultura no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Se o produtor já contar com o Proagro ou Proagro Mais para uma plantação, não será possível obter o benefício pelo PSR na mesma localidade.
Entrevista exclusiva com o Diretor do Departamento de Gestão de Riscos
Confira os destaques da entrevista exclusiva da Docket com Pedro Loyola, Diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura.
Docket: Como você interpreta os impactos da gestão de riscos no agronegócio para segurança alimentar e energética?
Pedro Loyola: “Um produtor que tem seguro rural vai manter e ampliar a área de atuação, levando a uma maior oferta de alimentos. No frigir dos ovos, para a dona de casa, para o consumidor, isso quer dizer que vai ter mais oferta de alimentos no Brasil. Então, ajuda a controlar a inflação de alimentos. Na questão energética, acontece a mesma coisa. Produtores têm essa questão no mesmo conceito de aplicação de tecnologia de maior oferta de produto. Assim, a gestão de riscos contribui para essa segurança alimentar e energética. Lembrando que o seguro sempre está ligado a um instrumento técnico científico que é o Zoneamento Agrícola de Risco Climático que indica o produtor na hora que ele vai fazer o planejamento da safra.”
Docket: Existem grandes desafios para a disseminação do seguro rural entre os brasileiros?
Pedro Loyola: “A resposta é multifatorial. Primeiro, a gente vive num país em que a cultura do brasileiro não é de contratar seguro. O brasileiro por si só contrata pouco seguro, seja de automóvel, de vida, seguro patrimonial e, no meio rural, também não é diferente. Por outro lado, as seguradoras também têm dificuldade em entender a realidade e o risco de cada produtor e de cada município. E isso vem melhorando ao longo dos anos. Então, tem essa questão de que desenvolver coberturas adequadas para seguro rural não é uma tarefa fácil. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro.”
Docket: Qual a grande diferença entre o seguro rural e os demais seguros?
Pedro Loyola: “Eu vou dar um exemplo. Quando você vai numa estrada urbana e tem cem carros estacionados numa festa à noite, possivelmente pode acontecer de roubarem um carro, mas não vão roubar os cem carros. Não vai acontecer isso. Agora, se você vai numa estrada rural como foi agora esse ano no Rio Grande do Sul e pega uma seca em cem propriedades, aí cem propriedades vão ter danos e prejuízos e vão acionar o seguro. Então, o seguro rural tem uma característica diferente dos demais seguros do país que é ser passível de catástrofe climática.”
Docket: Como a burocracia pode atrapalhar o seguro rural?
Pedro Loyola: “Então, eu vejo que o seguro atrelado ao crédito acaba sendo prejudicado. Quando você tem uma burocracia que leva a uma demora na liberação do recurso ou da assinatura do contrato, tudo o que vier para desburocratizar o financiamento da produção ele ajuda a agilizar a contratação do seguro como garantia também.”
A desburocratização da Cédula de Produto Rural
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Assista na íntegra a entrevista com o Diretor do Departamento de Gestão de Riscos da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pedro Loyola