O ano de 2020 foi, talvez, um período para ficar na história do agronegócio brasileiro. Mesmo diante de tantas incertezas do mercado, ocasionadas principalmente pela pandemia do coronavírus, o setor se consolidou, fortificou e se posicionou como uma das fontes mais seguras de alimento em todo o mundo, colocando o Brasil na rota internacional para saciar a fome do planeta e segurando a já fragilizada economia do país.
Somente no ano passado, segundo dados da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) o Agronegócio cresceu 24,3% e respondeu por mais de um quarto do PIB do Brasil. Com esse resultado, o setor ampliou para 26,6% sua participação no PIB total do país no ano passado, contra 20,5% em 2019.
Com o avanço do coronavírus pelo mundo e a indefinição sobre o fim da pandemia ao redor do planeta, crescem as expectativas sobre o agronegócio brasileiro para 2021. Será ele capaz de, pelo segundo ano consecutivo, “segurar as pontas” da nossa fragilizada economia e seguir seu ritmo de crescimento? Dados preliminares mostram que sim.
Segundo o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021, divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os produtores rurais brasileiros estão pegando mais dinheiro emprestado, o que é um excelente sinal. As contratações de crédito rural somaram R$ 147,57 bilhões entre julho de 2020 e fevereiro de 2021, o que significa um crescimento de 18% em relação ao mesmo período da safra anterior.
O maior crescimento ficou por conta do crédito para investimento, de 40%, totalizando R$ 47,33 bilhões, o que também é um excelente sinal. Os financiamentos de custeio alcançaram crescimento de 14%, R$ 78,64 bilhões, e os de industrialização, R$ 8,24 bilhões, alta de 1%. A única modalidade que registrou queda nas contratações foi a dos financiamentos de comercialização, que caíram 3% e somaram R$ 13,34 bilhões.
O Ministério da Agricultura diz que o recuo se deve à alta nos preços dos alimentos, que reduziu a necessidade de crédito para a venda da produção.
Futuro deve ser positivo no Agronegócio
Para os próximos anos, a expectativa e as projeções continuam sendo positivas. O agronegócio deve continuar avançando tanto do ponto de vista de quantidade, como em qualidade. E isso se deve por inúmeros fatos, mas principalmente pela demanda, necessidade e confiança que o mundo tem nos alimentos brasileiros, o aumento da crise econômica frente à pandemia e a necessidade de manter o país, a facilitação do crédito e a forte evolução tecnológica do setor, que tem proporcionado cada vez mais produção em menos tempo e espaço.
Falando sobre o crédito, o volume geral tende a aumentar. Para o pequeno e médio produtor, os recursos devem ser concentrados cada vez mais em Recursos Obrigatórios, enquanto os grandes deverão se aproveitar de operações estruturadas como fundos de investimentos, CRA, Barter, FIDC (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), além de créditos em fintechs tradings, bancos e demais instituições privadas. Tudo isso sem mencionar as cooperativas de crédito, que têm uma meta de atingir 20% do crédito geral do país até 2022, segundo o Banco Central.
Outro ponto importante a ser mencionado são os incentivos que o próprio governo brasileiro poderá dar ao setor, atendendo a uma demanda das lideranças do Agro. O próprio Ministério da Agricultura, por exemplo, já admitiu que quer “ousar mais” e estuda novas alterações na legislação para tornar o ambiente mais “amigável” para os bancos privados operarem recursos equalizados do crédito rural.
O Ministério também já admitiu que pretende mudar a lei da subvenção econômica ao crédito rural (8.427/1992) para abrir a possibilidade de criação de novos modelos de subsídios sem romper” com o atual. Uma das ideias é criar um projeto-piloto, com uma fatia pequena do orçamento, em que o produtor receba a subvenção em forma de pagamento de um percentual do valor da operação, a exemplo do que ocorre no seguro rural.
Outro ponto importante, a demanda, deve influenciar diretamente para que o setor continue pujante em 2021 e nos anos seguintes. A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas, por exemplo, deve somar 253,2 milhões de toneladas em 2021. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área a ser colhida para a soja em grão deve aumentar 1,2%, para a 1ª safra de milho em grão 1,7% e para a 2ª safra do milho em grão 1,0%. A maior parte desse aumento se deve ao crescimento das exportações.
A projeção é de que o Brasil feche o ano com exportações na casa dos 82 milhões de toneladas.Segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), até mesmo esse número deverá ser quebrado, fazendo com que o Brasil exporte até 83,5 milhões de toneladas de soja para o exterior, pouco mais do que a marca de 2019.Outro ponto importante, a demanda, deve influenciar diretamente para que o setor continue pujante em 2021 e nos anos seguintes.
A safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas, por exemplo, deve somar 253,2 milhões de toneladas em 2021. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a área a ser colhida para a soja em grão deve aumentar 1,2%, para a 1ª safra de milho em grão 1,7% e para a 2ª safra do milho em grão 1,0%. A maior parte desse aumento se deve ao crescimento das exportações. A projeção é de que o Brasil feche o ano com exportações na casa dos 82 milhões de toneladas.
Segundo a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento), até mesmo esse número deverá ser quebrado, fazendo com que o Brasil exporte até 83,5 milhões de toneladas de soja para o exterior, pouco mais do que a marca de 2019.
O Plano Safra 2021/22 também dá claros sinais de que esse período deverá ser de muito crescimento focado principalmente no auxílio ao crédito voltado à produção sustentável. Em 2020, foram disponibilizados R$ 236,3 bilhões para a nova safra, R$ 13,5 milhões a mais que no ano passado. Desse total, R$ 179,38 bilhões foram destinados ao custeio e comercialização dos produtos agrícolas. Ao mesmo tempo que com o cenário de 2020, os produtores rurais seguiram investindo no crédito rural para ampliar sua produção.
Na tecnologia, nunca estivemos tão antenados e conectados ao futuro. Cada vez mais, produzimos melhor e com mais eficiência. Assim, o agronegócio em 2021 estará mais digital e tecnológico do que nunca. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Agricultura estimou que 67% das propriedades rurais já utilizam algum tipo de tecnologia para auxiliar na gestão, seja na produção, informações sobre maquinários, controle de estoque ou armazenagem. Assim também cerca de 40% dos pecuaristas disseram que vêm usando essas novas tecnologias como canal para a compra e venda de insumos e da produção.
Dessa forma, o agronegócio em 2021 deve crescer e continuará forte com a retomada econômica do país. Se os últimos anos foram dourados, podemos esperar ainda mais brulho para o período que se apresenta.