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Selic continua a cair em março

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Em sua última reunião, em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por reduzir a Selic em 0,50%, atingindo o patamar de 10,75%. A decisão marca mais um passo na sequência de cortes de juros iniciada em agosto de 2023.

Até o momento, o relaxamento da política monetária vem provocando um aumento nos saldos e concessões de crédito, afetando tanto pessoas físicas quanto setores da economia. Os mercados projetam manutenção do ciclo de cortes pelos próximos meses.

Veja mais a seguir.

Variação da Selic

Na quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária optou por reduzir a taxa Selic em 0,50%, continuando o ciclo de cortes iniciado em agosto, de forma que os juros brasileiros atingiram o nível de 10,75%.

O atual patamar é o menor registrado desde fevereiro de 2022, período em que o Banco Central estava elevando a Selic como forma de combater as pressões inflacionárias, que ganharam força durante a pandemia de COVID-19.

Com a desaceleração dos índices de preços, os quais atingiram seu ponto mais baixo em meados do ano anterior, o Banco Central começou a relaxar a política monetária, permitindo uma maior liberação de crédito para a economia brasileira.

Efeitos da Selic sobre o crédito

O ciclo de cortes das taxas de juros iniciado no ano anterior provocou uma expansão das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

Em janeiro de 2024, o saldo das operações de crédito do SFN atingiu R$5,76 trilhões. Embora tal resultado represente um recuo de 0,3% em relação ao mês anterior, ele significa um avanço de 7,6% nos últimos doze meses. De maneira similar, as concessões totais de crédito apresentaram um avanço de 4,1% no mesmo período.

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Até o momento, a expansão de crédito, embora ocorra em ambas as modalidades, vem sendo direcionado principalmente para pessoas físicas, que observaram o aumento mais expressivo de concessões.

Impacto setoriais dos cortes da Selic

O impacto da expansão de crédito pode ser observado em diversos setores da economia, impulsionando o nível de atividade, a exemplo do setor imobiliário. A indústria de construção civil observou um dos aumentos mais expressivos de expansão de crédito dentre todos os setores discriminados, avançando 0,2% em janeiro de 2024 e 18,8% em doze meses.

Ao mesmo tempo, o financiamento imobiliário observou uma expansão considerável em suas concessões, com destaque para o fornecimento a pessoas jurídicas, que avançou 24,9% nos últimos doze meses, o que também refletiu nas taxas de juros para tais modalidades, que atualmente apresenta tendência de queda.

Complementarmente, o crédito ao agronegócio apresentou uma expansão considerável em suas concessões, com os recursos fornecidos às pessoas físicas e jurídicas avançando 6,9% e 28,2% em doze meses, respectivamente. Assim como no setor imobiliário, as taxas de crédito rural vem acompanhando os movimentos da Selic, recuando ao longo do segundo semestre de 2023.

Perspectivas futuras para a Selic

Os comunicados mais recentes do Banco Central apontam para no mínimo mais um corte de 0,50% na Selic, a ocorrer na reunião de maio. Embora tal entendimento represente uma mudança no Forward Guidance (adiantamento da autoridade monetária acerca de seus próximos passos) — uma vez que falas anteriores sugeriam uma antecipação de ao menos dois cortes  — a Ata do Copom ressaltou que a mudança visa apenas gerar flexibilidade em um contexto de “instabilidade”.

Nesse sentido, a divulgação do último Boletim Focus apontou para uma manutenção das expectativas do mercado em relação aos juros, que devem encerrar o ano de 2024 em 9,00%.

A continuidade do ciclo de cortes da Selic deve seguir contribuindo para a expansão do crédito nos principais setores da economia, como o agronegócio, a indústria e o mercado imobiliário, assim como para a redução dos juros em tais financiamentos.

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