O 5º Levantamento de Safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicou uma queda na produção de grãos. Veja mais na nossa análise!
Esse material é um conjunto de pesquisas e análises que monitora periodicamente a produção agrícola brasileira. O destaque fica para um olhar mais específico na produção de grãos.
O levantamento também inclui estimativas sobre áreas plantadas, produtividade e produção dos principais grãos cultivados no país, que são:
- soja;
- milho;
- arroz;
- e trigo.
No último relatório divulgado, a Conab registrou uma queda na produção de grãos. O destaque ficou para a soja, milho e feijão. Essa redução na projeção é consequência das condições climáticas adversas. Veja mais detalhes a seguir.
Como está a produção de grãos?
O 5º Levantamento da Safra de Grãos 2023/24 indica uma produção total estimada em 299,8 milhões de toneladas. O novo número marca uma redução de 6,3% em relação à safra anterior. Esta queda de 20,1 milhões de toneladas é atribuída principalmente às condições climáticas adversas, que afetaram culturas chave como soja e milho desde o plantio.
A nova projeção também marca uma continuidade do movimento de recuo nas expectativas de safra frente aos levantamentos anteriores. O quarto relatório produzido pela Conab, por exemplo, sugeria uma produção de 306,4 milhões de toneladas para a safra de 2023/2024. Esse valor é 2,2% superior ao estimado atualmente.
No entanto, o recuo no plantio não seja generalizado entre todos os tipos de grãos. Alguns deles, inclusive, projetam um aumento nos próximos meses. Porém, o contexto deve ser desfavorável para as principais commodities agrícolas do Brasil, como a soja.
Quais são os principais elementos para a queda na produção de grãos?
O comportamento climático nas principais regiões produtoras, sobretudo para soja e milho primeira safra, afetou negativamente as lavouras, desde o plantio.
Para a soja, principal cultura semeada no período, existem 3 fatores que resultou na quebra da produtividade:
- Atraso do início das chuvas;
- Chuvas irregulares e mal distribuídas;
- Registros de períodos veranicos superiores a 20 dias e acompanhado por altas temperaturas.
As maiores perdas são observadas nos plantios de soja precoce e nas áreas dos primeiros plantios realizados entre setembro e meados de outubro. Nesse caso, a estimativa atual é de 149,4 milhões de toneladas, uma redução de 3,4% em relação à safra anterior.
Embora o prejuízo da soja seja o principal destaque em virtude de seu papel como principal commodity agrícola brasileira, o maior prejudicado na atual safra deve ser o milho, que está projetado para sofrer uma redução de 13,8% em relação ao ano anterior. O feijão, por sua vez, também deve observar uma queda na produtividade, ainda que em menor grau, de 2,1%.
Por outro lado, o arroz deve apresentar um avanço expressivo em sua produção, de 7,6%. Isso ocorre em função do incentivo vindo pelo avanço significativo dos preços e pelo excesso de chuva em algumas das principais regiões de plantio.
Vemos algo similar com a produção do algodão. O preço também demonstra uma tendência de alta nas últimas semanas. No entanto, trata-se de uma quantidade recorde na série histórica da Conab, que chegou a 3,3 milhões de toneladas de pluma.
O que esperar da Safra para 2024?
Até o momento, a tendência é de que as estimativas da produção de grãos sigam em queda ao longo dos próximos levantamentos. Isso ocorre, principalmente, em virtude do clima desfavorável provocado pelo El Ñino.
Ao mesmo tempo, a possibilidade de desenvolvimento da La Ñina no segundo semestre de 2024 contribui para o aprofundamento das perspectivas pessimistas.
Nesse cenário, o enfraquecimento da demanda chinesa por soja tem exercido pressão adicional sobre os preços no mercado internacional. Em função desse problema, já foi registrada queda de 8,7% desde o fim de 2023.
Com a possível continuidade do processo de desaceleração da China, a expectativa é de que não ocorra uma retomada nos preços da commodity ao longo das próximas semanas.