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Written by 15:27 Agronegócio, Operações

Conheça alguns investimentos no agronegócio

Com o crescimento do setor nos últimos anos, o mercado financeiro voltou seus olhos para o agro. Mas como identificar bons investimentos no agronegócio? Saiba mais.

Conheça alguns investimentos no agronegócio
Conheça alguns investimentos no agronegócio

TL;DR Quais são os melhores investimentos em agronegócio para 2022? Cada vez mais o agronegócio se aproxima do mercado financeiro. Com os sucessivos crescimentos no PIB do agro, não apenas quem trabalha no setor se beneficia, mas também quem investe em ativos relacionados com essa cadeia. Conheça, neste conteúdo, algumas opções de investimento. 

Nos últimos anos, o volume de operações financeiras voltadas para a alocação de capital no agronegócio vem aumentando, assim como as opções para fazer com que isso aconteça. Seja na renda fixa ou na renda variável, com fundos ou com a compra direta de ações, o agro está presente no mercado financeiro.

4 modalidades de investimentos no agronegócio

As ações do setor agropecuário no Ibovespa apresentaram alta de até 67% em 2020, enquanto a bolsa teve uma valorização de apenas 2,92%. Com o bom desenvolvimento do agro brasileiro, muitas empresas estão entrando no mercado de ações, atraindo a atenção dos investidores para essas opções. 

Embora os resultados das ações de empresas listadas na bolsa de valores acabem sendo mais visados, há outros investimentos do setor agro que trazem boas oportunidades. Conheça! 

1. Cédula do Produto Rural

A Cédula do Produto Rural (CPR) é um título de renda fixa que representa a promessa de entrega futura de um produto agropecuário. O papel, atualmente o principal instrumento de financiamento da cadeia produtiva da agropecuária, pode ser emitido por produtores rurais, associações ou cooperativas.

Essa é a principal modalidade de financiamento da cadeia produtiva do setor agropecuário, já que dessa forma é possível conseguir recursos para o desenvolvimento do empreendimento. A CPR é negociável e pode ser emitida em duas modalidades, a física ou a financeira. Em troca, o investidor recebe uma remuneração com juros pré-fixados  com prazos estabelecidos. A CPR é uma opção de baixa liquidez, por isso, costuma ter rentabilidade maior que outros títulos de renda fixa. 

2. Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA)

Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) são títulos de renda fixa. Eles são emitidos diretamente pelas empresas com objetivo de captar recursos, que podem ser utilizados para comercialização, beneficiamento, industrialização, insumos, máquinas ou equipamentos utilizados na produção agropecuária.

Diferentemente da CPR, os certificados não estão lastreados na produção rural, mas sim em recebíveis que têm origem nos financiamentos realizados pelos produtores. Nessa categoria de investimento, as securitizadoras compram as dívidas de empréstimos rurais por uma parcela do valor, emitem os CRAs e realizam a negociação no mercado de capitais.

3. Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) 

As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) são títulos de renda fixa emitidos pelas instituições financeiras para captar recursos que vão financiar a cadeia do agronegócio. A lógica é similar ao modelo da CPR. Enquanto o risco da CPR está vinculado à entrega da produção, as LCAs são garantidas pela instituição financeira emissora. Desde 2013, as Letras de Crédito do Agronegócio contam com a cobertura de até R$250 mil por CPF ou CNPJ do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) dando mais segurança a essa categoria de investimento. 

4. Ações de companhias agropecuárias

Já na renda variável, os investimentos do agronegócio estão relacionados à negociação de ações de companhias na bolsa de valores. O destaque vai para empresas de produção de carne, bioenergia e produtora de grãos. 

Atualmente, a maior empresa listada na bolsa desse setor é a JBS. No ramo de bioenergia, a Raízen se destaca sendo a maior exportadora global de açúcar e produtora de etanol, além da Cosan e Jalles Machado. Na área de grãos, temos a Boa Safra, SLC Agrícola e Três Tentos. 

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O que são os títulos verdes?

Os títulos verdes ou green bonds são papéis de dívida emitidos para financiar projetos com benefícios ambientais. Fazem parte dessa categoria os títulos sociais, sustentáveis, vinculados  à  sustentabilidade  e  de  transição. O que os caracteriza e diferencia de outros títulos é justamente a destinação de recursos. 

O mercado brasileiro de títulos verdes foi criado em 2015, mas, embora seja novo, já tem dado bons resultados. Atualmente, os títulos e empréstimos verdes representam 84% do mercado brasileiro de dívida sustentável. 

As organizações de papel e celulose continuam a liderar as emissões desses títulos, mas as empresas de agricultura e bioenergia começaram a entrar no mercado, percebendo novas oportunidades em produtos financeiros sustentáveis. Energias renováveis e uso da terra continuam sendo as duas categorias de títulos verdes com uso de recursos mais financiados no Brasil.  

O que é o Fiagro?

Para aumentar os investimentos no campo, o Fiagro foi criado. Os Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) foram regulamentados pela Lei Nº 14.130 de março de 2021 e o modelo foi inspirado nos fundos imobiliários, mas adaptados à realidade rural.

Com essa opção, abre-se uma nova possibilidade para os players do setor conseguirem recursos, além do fortalecimento da agenda ESG no país. Em resumo, os fundos funcionam como um condomínio. O objetivo é reunir recursos dos participantes e aplicá-los em conjunto no mercado financeiro ou no mercado de capitais. Para participar, os investidores adquirem cotas, que somadas representam o patrimônio total do fundo. No caso do Fiagro, os investimentos devem ser feitos em ativos do agronegócio para fazerem parte desse grupo.

Segundo o texto da lei, o Fiagro pode investir seus recursos em: 

  • imóveis rurais (aquisição de fazendas, por exemplo); 
  • participação em sociedades que explorem atividades integrantes da cadeia produtiva agroindustrial; 
  • ativos financeiros, títulos de crédito ou valores mobiliários emitidos por pessoas físicas e jurídicas dentro da cadeia produtiva agroindustrial; 
  • direitos creditórios do agronegócio e títulos de securitização emitidos com lastro em direitos creditórios do agronegócio, inclusive CRA e cotas de fundos de investimento em direitos creditórios; 
  • direitos creditórios imobiliários relativos a imóveis rurais e títulos de securitização emitidos com lastro nesses direitos creditórios; 
  • cotas de fundos de investimento que apliquem mais de 50% de seu patrimônio em ativos dessa lista.

Portanto, por ser um modelo novo de investimento, espera-se que nos próximos anos, com a consolidação desses fundos do agronegócio, o mercado receba um maior volume de aportes, o que é ideal para manter sua expansão e atrair investimentos com foco ESG.

Se você se interessou por esse assunto e quer saber mais sobre a gestão de risco no agronegócio, leia esse conteúdo do blog!

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