Ficar antenado sobre as tendências para o crédito rural facilita o caminho para que os produtores rurais consigam colocar em prática as melhores formas para ampliar os negócios.
Antes de mais nada, é necessário entender que o futuro do agronegócio depende quase que exclusivamente do acesso ao crédito. Afinal, é por meio desses financiamentos que os produtores rurais conseguem desenvolver seus negócios – e o setor consegue prosperar no Brasil.
Dessa maneira, o agronegócio continua sendo um dos motores econômicos do país. Para se ter uma ideia, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Agrícola (Cepea), da Esalq/USP, em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o agronegócio gerou 27% do PIB em 2021.
Por conta desse forte ritmo de crescimento, é um setor seguro e promissor para quem quer investir. Em contrapartida, os altos custos nas fazendas e a quebra de produção gerada por problemas climáticos ainda freiam um desenvolvimento ainda mais robusto.
Assim, para que o setor continue em plena expansão, é preciso estar atento na hora de ficar por dentro das principais principais tecnologias do agro.
Neste caso, as novas tendências globais para o segmento demandam projetos cada vez mais sustentáveis e que estejam dentro das metas ESG. Sendo assim, é possível dizer que o futuro do agro depende do futuro do crédito. Ou seja, com as novas demandas no setor, surgem novas oportunidades, que estimulam modalidades de financiamento e aumentam a rentabilidade dentro da porteira.
Para saber mais sobre esses processos, confira neste blog post como as principais tendências para o crédito rural serão fundamentais para aprimorarem diversas frentes do segmento nos próximos anos.
A importância do crédito rural
Acima de tudo, no mercado de crédito, existem vários produtos destinados ao agronegócio que conseguem atender desde o pequeno produtor até grandes empresas.
Nesse sentido, por meio desses financiamentos, os produtores rurais brasileiros conseguem obter recursos que são concedidos por bancos e instituições financeiras para investir em suas propriedades.
O crédito rural foi instituído na Lei 4.829 de 5 de novembro de 1965. Desde então, são caracterizados como um conjunto de recursos financeiros disponibilizados pelo Estado ou empresas privadas para auxiliar o segmento rural.
Para ajudar a normatizar o crédito rural, o Manual de Crédito Rural (MCR) foi criado para codificar as normas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e as regras divulgadas pelo Banco Central relativas a esse tipo de crédito.
Devem seguir essas normas os beneficiários e as instituições financeiras que operam no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR).
De acordo com o manual, o recurso pode ser utilizado para a cobertura de despesas relacionadas aos ciclos produtivos, aplicações em bens e serviços, recursos necessários à comercialização e industrialização de produtos.
Tendências para o crédito rural e as ações para o agronegócio
As ações sustentáveis estão aumentando em todo o mundo – e no agronegócio não é diferente.
Em outubro de 2021, o Governo Federal lançou o “Plano de Crescimento Verde”. A iniciativa envolve novos recursos do Banco dos Brics para projetos de conservação florestal, uso racional de recursos naturais e geração de emprego verde.
O plano gira em torno de seis segmentos: energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e ecoturismo. Nesse caso, os seus objetivos são:
- Financiamento para implementos agrícolas
- Crédito de descarbonização (CBIO)
- Crédito de Carbono
- Utilização de subprodutos agropecuários
- CPR verde
- Ativo Florestal
Para os próximos anos, o setor espera que o financiamento do agronegócio tenha mais alternativas e caminhe para maior profissionalização.
Além disso, a integração entre as áreas jurídicas e financeira facilitará a tomada de decisão e a concessão de crédito. Confira abaixo em detalhes as principais tendências para crédito rural para os próximos anos.
1. Financiamento para implementos agrícolas
Adquirir itens novos para o plantio, como colheitadeiras, arado, semeadoras, tratores, equipamentos de preparo, secagem e beneficiamento se tornam inviáveis para parte dos produtores sem um financiamento.
Esses implementos são importantes para aumentar a produtividade e deixar os processos mais eficientes.
2. Crédito de descarbonização (CBIO)
Os créditos de descarbonização (CBIO) são fruto da Política Nacional de Biocombustíveis, RenovaBio, que foi instituída pela Lei nº 13.576/2017. Esse crédito é um ativo emitido por produtores e importadores de combustíveis e licenciados por meio de instituições financeiras.
Um CBIO corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono equivalente (tCO2e). O valor é calculado a partir da diferença entre as emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida dos biocombustíveis.
Nesse contexto, a aquisição é compulsória para os distribuidores de combustíveis e o quantitativo é estipulado em um acordo com as metas de descarbonização anual. Esses ativos financeiros são negociados na Bolsa de Valores e atingiram a marca de 31, 74 milhões de CBIOs validados na plataforma do RenovaBio em 2022.
3. Crédito de Carbono
O crédito de carbono ou Redução Certificada de Emissões são certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão de gases do efeito estufa (GEEs).
Com a busca por uma produção cada vez mais sustentável e a mitigação das emissões de gases do efeito estufa, o crédito de carbono surge como uma nova commodity global.
Nesse cenário, o agronegócio brasileiro possui um grande potencial. Afinal, há, pelo menos, 500 milhões de toneladas de carbono equivalente nas áreas ocupadas pela agropecuária nacional, que podem ser convertidas em dinheiro, chegando ao valor de US$ 5 bilhões para os produtores rurais.
4. Utilização de subprodutos agropecuários
As commodities agrícolas, como soja, milho, algodão e café possuem uma importância estratégica no agronegócio brasileiro. Contudo, os subprodutos agropecuários também são fontes importantes de estímulo para o setor.
A biomassa, por exemplo, é um subproduto que pode ser gerado a partir do bagaço da cana-de-açúcar ou outras matérias orgânicas de origem vegetal ou animal.
O uso desses subprodutos agropecuários ajuda o meio ambiente, pois dá uma correta finalidade aos resíduos de produção.
Além disso, pode criar uma nova fonte de recursos para o produtor que pode vender a matéria ou utilizá-la para gerar energia a partir de usinas de biogás.
5. CPR verde
Lançada em Outubro de 2021 pelo Governo Federal, a CPR Verde tem o objetivo de estimular o crédito com a preservação ambiental. A Cédula do Produto Rural já existe e esse novo modelo é um pagamento pelos serviços ambientais prestados pelo produtor, que mantém os espaços de vegetação de pé ao invés de expandir a sua produção agropecuária.
Sendo assim, também é possível que uma indústria poluidora pague ao produtor rural para compensar a sua parte. A expectativa do Ministério da Economia é que, assim como aumentar a preservação ambiental e estimular práticas mais sustentáveis, as medidas também impulsionem mais de R$10 trilhões em crédito.
6. Ativo Florestal
Os ativos florestais são uma opção de investimento mais nova que surgiu no Brasil no final da década de 1990. Esse modelo traz uma possibilidade real para multiplicação de capital por meio do plantio de árvores. O país é privilegiado com uma combinação de solo fértil e clima propício.
Em comparação com outros países, em um ano, uma árvore cresce no Brasil cerca de sete vezes mais que outros locais. Assim, os ativos florestais têm um retorno de taxas de 8% a 12% ao ano. Sendo uma grande aposta, inclusive, para investimentos institucionais e de pessoas físicas.
Tendências para o crédito rural: a contratação do crédito
Conforme o Manual de Crédito Rural, existem 4 modalidades de financiamento: crédito para custeio, crédito para investimento, crédito de comercialização/estocagem e crédito de beneficiamento/ industrialização.
Dessa forma, na hora de contratar um crédito rural, o produtor precisa ter em mãos documentos sobre sua safra e propriedade, como certidão negativa rural (CND rural), cópia da matrícula da propriedade, cadastro ambiental rural (CAR) e outros documentos.
É nessa fase que as tradings e instituições financeiras que concedem o crédito identificam o maior gargalo da operação. Como a organização documental depende do produtor, os analistas financeiros ficam impossibilitados de darem continuidade ao pedido sem essas informações.
Para as instituições financeiras essa situação é ruim, pois as operações têm um prazo maior de conclusão, dificultando a estipulação de metas e prazos para a esteira do crédito rural. No caso do produtor, a satisfação com o serviço cai, pois ele se sente sobrecarregado e responsável por ações que ele não tem tempo e conhecimento para realizar.
Para ajudar nessa gestão, o Shopping de Documentos é a solução ideal. O software agiliza as ações de ponta a ponta, desde a solicitação documental até a análise de gravames. Com isso a equipe de backoffice ganha otimização no tempo das operações. Esse fator é fundamental em períodos de safra, por exemplo, quando a demanda por crédito rural aumenta.
Além disso, as funcionalidades ajudam a centralizar todas as informações da operação em um só lugar, sendo uma importante ferramenta para o futuro do crédito agro.
Sobre a Docket
A Docket é uma empresa que oferece infraestrutura e tecnologia para otimizar as operações que dependem de documentos de ponta a ponta para as empresas em todo Brasil.
O Shopping de Documentos, por exemplo, digitaliza e centraliza processos com documentos em um único lugar, diminuindo custos e reduzindo o tempo das operações em 80%.
Já a ferramenta de Alvarás e Licenças, oferece ganhos operacionais para a gestão rápida e eficiente de documentos regulatórios, acabando de vez com problemas de perda de prazos.
Por fim, a R.E.A (Real Estate Analysis) faz a leitura e pré-análise de matrículas de imóvel em menos de 1 minuto, identificando a presença ou não de gravames.